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DECEA fomenta debate na CISCEA sobre espaços inteligentes e felizes
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Publicado em 16/07/2018 09:14:00
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Pensar em obras e projetos é, acima de tudo, pensar em pessoas e, consequentemente, em sua felicidade. Nos últimos anos as atenções têm se voltado cada vez mais para a satisfação das necessidades básicas das pessoas, como segurança, saúde, pertencimento e bem-estar.

Sempre em sintonia com o que há de mais moderno em conceitos de bem-estar e funcionalidade dos ambientes onde trabalha seu efetivo, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) fomentou o debate sobre projetos de arquitetura e engenharia voltados para a edificação de espaços inteligentes e felizes.

O evento, sediado na Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), foi realizado na tarde desta quinta-feira, dia 12 de julho e contou com a presença de militares e civis, arquitetos, engenheiros e profissionais da área de construção, sustentabilidade, qualidade e meio ambiente do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB).

Com o tema “Espaços inteligentes e sustentabilidade: índice de felicidade, uso dos recursos na Arquitetura, Engenharia e Construção”, a apresentação em formato de debate foi ministrada pela arquiteta e urbanista PhD, Drª Patrícia Fraga, que é Diretora Administrativa da Abayomi Talks, empresa multidisciplinar voltada para estudos, pesquisas e elaboração de projetos para adaptação de espaços públicos e privados e promoção da felicidade.

Para colaborar com ideias e indagações, acompanharam a Drª Patrícia o Mestre e doutorando em Arquitetura e Urbanista Arnaldo Lyrio e a arquiteta do DECEA, Ana Beatriz Brandão.

Abrindo o evento, a palavra foi passada ao Presidente da CISCEA, Major-Brigadeiro Engenheiro Fernando Cesar Pereira Santos, que deu boas-vindas a todos e destacou a relevância de se pensar nos espaços de trabalho como mantenedores da felicidade e do bem-estar do efetivo.  

Segundo Patrícia, a abordagem de arquitetura e urbanismo para projetos voltados a Cidades Inteligentes e Cidades Felizes, traz os conceitos de uma arquitetura que faz uso de tecnologias que tragam sustentabilidade, bem-estar e conforto para pessoas.

“Voltamos o olhar para pessoas. Se estamos focando nas pessoas, estamos focando na felicidade”, comenta a Doutora.

Para que se possa avaliar a qualidade dos ambientes, é necessário estabelecer indicadores, que, uma vez definidos e atingidos, demonstrem suas características.

Muitos são estes indicadores. Quando se trabalha a questão das Cidades Inteligentes, por exemplo, estão envolvidos o ambiente construído, os serviços de cidade digital, as fontes de energia, saúde, planejamento, mobilidade e acessibilidade, segurança pública, finanças e economia, telecomunicações, gestão de resíduos e água e esgoto.

Nos últimos anos a Felicidade passou a ser o novo indicador para o estudo de cidades inteligentes.  

Assim como o Produto Interno Bruto (PIB), que é um indicador, a Felicidade Interna Bruta (FIB) é um grande indicador para aferir a qualidade de uma cidade, ou de um determinado espaço.

Dentro das áreas abarcadas pelo FIB estão os seguintes tópicos: PIB, assistência social, expectativa de vida saudável, liberdade para escolhas de vida, generosidade, percepção de corrupção e distopia, que, diferente da utopia, é um lugar imaginário de grande opressão e privação.

Assim, dentro dos indicadores de Felicidade estão o bem-estar psicológico, a saúde e a educação, o uso do tempo, as diversidades cultural e ecológica e as resiliências, a vitalidade comunitária e os padrões de vida.

De acordo com Patrícia, as informações são cruzadas para cada ponto estudado, buscando, em todas as derivações analisar os espaços visando torna-lo tanto inteligente, quanto feliz.

Trazendo estes conceitos para a nossa realidade, Arnaldo discorreu sobre a cidade do Rio de Janeiro. “Uma cidade inteligente e feliz hoje não aconteceu de uma hora para outra. Foi um processo de anos. Por isso é possível pensar sobre a aplicação destes conceitos para o Rio de Janeiro”, explicou.

O Major-Brigadeiro Fernando levantou as questões políticas que vão além dos contextos da arquitetura, da construção do espaço inteligente e feliz. Ele indagou sobre outras barreiras que podem inviabilizar ou dificultar a edificação deste espaço, tais como as econômicas, sociais, culturais.

Arnaldo contra argumentou dizendo que todas estas questões são sempre levadas em consideração quando se elabora um projeto. Ele só se forma a partir delas.

O arquiteto e urbanista ainda comentou sobre os impactos destes interesses conflitantes, mostrando o quanto as resistências limitam as propostas para o desenvolvimento da cidade pensada para pessoas.

“O trabalho então”, explica Arnaldo, “é feito a partir justamente destes conflitos e impactos, para que se possa trazer novas soluções que cheguem cada vez mais próximo do que é idealizado”.

Questões como acessibilidade, por exemplo, foram – e ainda são – amplamente debatidas. “Pensar em um ambiente feliz é pensar além, antevendo situações adversas e como trazer soluções para as mesmas”. 

Conceitos de felicidade, por serem muito pessoais, podem ser muito abrangentes, levando a opiniões realmente muito díspares. Assim, os estudiosos se põem a pensar sobre como cada pessoa se sente num determinado espaço e como este espaço a faz feliz.

Aqui no DECEA as obras e os projetos já levam em conta os Indicadores de Felicidade, como saúde e governança, que vêm sendo trabalhados, por exemplo, através da Gestão de Resíduos, que já está em andamento com atividades coordenadas pelo Departamento em conjunto com as suas Unidades Subordinadas, com apoio de outras instituições governamentais e privadas.

Como exemplos de cidades brasileiras que já aplicam os conceitos de inteligência e felicidade, Patrícia citou Madre de Deus, no interior da Bahia, onde está o melhor salário dos professores públicos do Brasil; Curitiba, cidade inteligente, reconhecida pela agilidade dos serviços, pelo aspecto ambiental (qualidade do ar, parques, recolhimento de lixo...) e de transporte e acessibilidade.

O Gerente de Infraestrutura da CISCEA, engenheiro Paulo Oggi, destacou que as cidades felizes não necessariamente são inteligentes, na acepção tecnológica de sua infraestrutura e funcionalidade.

“Outros pontos são avaliados e levados em consideração, sempre em busca do atendimento das pessoas. O assunto felicidade – quando vem sendo tratado de baixo para cima, vem como fruto da vontade das pessoas. Quando vem de cima para baixo, vêm das decisões das autoridades públicas e privadas sobre o que será feito para atender às demandas”.  

Por fim, Patrícia destacou que estes são temas complexos, que, por sua natureza, contam com o relevante tratamento multidisciplinar, envolvendo profissionais de diversas áreas que se complementam em saber, tais como arquitetos, engenheiros, designers, educadores, advogados, entre outros.

 

Seção de Comunicação Social da CISCEA
Edição: 1º Tenente Relações Públicas Camille Barroso
Texto: Telma Penteado (ASCOM/DECEA)

Fotos: Fábio Maciel (ASCOM/DECEA)


CISCEA E ICA REALIZAM ENCONTRO
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Publicado em 05/07/2018 15:20:00
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O Chefe da Divisão Operacional (DO) da Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), Coronel Aviador José Augusto Peçanha Camilo, acompanhado de assessores técnicos, visitou o Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA), na última sexta-feira, dia 29 de junho de 2018, como parte do esforço da DO, no sentido de aumentar o estreitamento das relações com as unidades beneficiadas pelos projetos previstos no Plano Setorial (PLANSET) do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), cujas execuções estejam a cargo da CISCEA/DO.


Coronel Camilo apresenta o Programa DECEA-EUROCONTROL ao ICA

Na oportunidade, o Diretor do ICA, Tenente-Coronel Aviador Ricardo da Silva Miranda, fez uma apresentação sobre o funcionamento daquele Instituto, enfatizando os aspectos operacionais relacionados às atividades de AIM-BR (Gestão de Informações Aeronáuticas do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro, do inglês Aeronautical Information Management), incluindo temas e evoluções relacionados à informação estática e dinâmica, bem como cartografia, elaboração de procedimentos de navegação por instrumento, espaços aéreos e rotas.

Por sua vez, o Coronel Camilo apresentou ao ICA uma visão geral do Programa DECEA-EUROCONTROL (acordo de cooperação entre os órgãos para intercâmbio de informações de navegação aérea) abordando seu escopo, sua estrutura e responsabilidades dentro do DECEA, aproveitando para pontuar as disciplinas que eventualmente poderão ser interessantes àquele Instituto.

Seção de Comunicação Social da CISCEA
Revisão: 1º Tenente Relações Públicas Camille Barroso
Texto e foto:
José Cledi Lima Figueiredo (DO/CISCEA)


CISCEA PARTICIPA DE REUNIÕES NA EUROCONTROL
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Publicado em 03/07/2018 12:00:00
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Com o objetivo de tratar dos avanços relativos ao acordo de cooperação entre o Brasil e a União Europeia na área de tráfego aéreo, a Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA) participou de reuniões com a Organização Europeia para a Segurança da Navegação Aérea – Bélgica (EUROCONTROL) e com o Centro de Controle de Área Superior de Maastrich – Holanda (MUAC), no período de 11 a 15 de junho.

Equipes após a reunião no MUAC, com seu Diretor, John Santurbano

O Coronel Aviador José Augusto Peçanha Camilo, Chefe da Divisão Operacional da CISCEA e Gerente do Programa DECEA-EUROCONTROL representou a CISCEA na delegação do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), que contou ainda com Coronel Aviador James Souza Short, Chefe da Divisão de Planejamento do DECEA e Coordenador do Programa DECEA-EUROCONTROL; o Coronel Aviador Marcos Kentaro Adachi, Comandante do Segundo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (CINDACTA II); o Major Aviador Deoclides Fernandes Barbosa Vieira, Chefe do Escritório Brasileiro de Ligação para a Segurança da Navegação Aérea junto à EUROCONTROL (EBL-SNAER) e o Tenente Especialista em Controle de Tráfego Aéreo Joaquim Tavares Lobo Junior, Chefe da Subseção de Capacidade de Setor de Espaço Aéreo do Centro de Gerenciamento e Navegação Aérea (CGNA).

O DECEA, representado por sua delegação, deu prosseguimento ao trabalho sendo desenvolvido por conta dos acordos Rostering, Philosophies and Tools Agreement (LTMPPS - Long Term ManPower Planning System) e Mutual Cooperation in the Field of Air Navigation, contemplados sob o Programa de Cooperação DECEA-EUROCONTROL assinado em 2015, partindo para tomadas de decisões gerenciais que nortearão a implementação de fato do Programa.

Tais acordos trarão maior precisão no planejamento de pessoal operacional e trará um aumento na produtividade operacional de todo o sistema de Gerenciamento do Tráfego Aéreonacional e internacional. “Este sistema trará grande impacto para o planejamento de pessoal operacional do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB)”, afirmou o Chefe da Divisão de Planejamento do DECEA, Coronel Short.

Equipe reunida com os palestrantes na Unidade de Revisão de Performance (PRU)

Com base em seus objetivos estratégicos estabelecidos no PCA 351-3/2012, Plano de Implementação ATM Nacional (ATM – Gerenciamento do Tráfego Aéreo, do inglês Air Traffic Management), e, visando promover a política de gerenciamento cooperativo internacional de tráfego aéreo entre a América do Sul e a Europa, o DECEA identificou há alguns anos que a EUROCONTROL, órgão central das atividades de controle do espaço aéreo europeu, entidade supranacional da União Europeia e sem fins lucrativos, possuía todos os atributos cooperativos para a execução dos objetivos abordados.

A EUROCONTROL conta com vários centros de excelência das mais diversas áreas do controle do espaço aéreo, além liderar projetos no estado da arte com os representantes de seus países-membros e, também, com os não europeus, uma vez que busca permanentemente a integração da Política Estratégica para o Gerenciamento Global do Tráfego Aéreo (Global ATM) com os demais continentes.

No MUAC, órgão de controle responsável por uma das áreas com tráfego áereo mais movimentado na Europa, a delegação delineou a sequência de trabalho sobre o LTMPPS. Em resumo, é um Sistema de Planejamento de Recursos de Longo Prazo, sendo resultado chave e integral de um bom plano de capacidade, projetado para antecipar a demanda futura de tráfego e mudanças em infraestrutura ou grandes eventos.

Segundo os representantes daquele Centro, através da previsibilidade é possível alocar somente a mão de obra necessária para demanda requerida, aumentando assim a produtividade. Para eles, o que se percebe através da produtividade e utilização correta dos recursos humanos é que os recursos humanos são suficientes e podem ser administrados de forma mais eficiente. O ganho não é apenas na produtividade, mas também na qualidade de vida do controlador de tráfego aéreo (ATCO, do inglêsAir Traffic Controller).

Salão do MUAC

A previsão é que isso resulte em maior precisão no planejamento de pessoal operacional, bem como aumento significativo na produtividade de todo o sistema de Gerenciamento do Tráfego Aéreo. “Este sistema trará grande impacto para o planejamento de pessoal operacional do SISCEAB”, afirmou o Chefe da Divisão de Planejamento do DECEA e Coordenador do Programa, Coronel Short.

Sede da fase de implementação do projeto LTMPPS, o CINDACTA II, segundo o Coronel Adachi, já está com o ambiente preparado. “Alguns testes já foram feitos e os resultados se mostraram muito satisfatórios”, disse o Comandante.

Michael Steinfurth recebe o Coronel Camilo, o Coronel Adachi e o Major Deoclides

Em Maastricht, a delegação se reuniu com o Diretor do MUAC, John Santurbano, e com os Gerentes do Projeto Total ATM da EUROCONTROL, Flemming Nyrup e Robin Hickson. Já em Bruxelas, na sede da Organização, a delegação foi recebida por um dos Chefes de Divisão responsável pela Coordenação ATM Civil-Militar na EUROCONTROL (DECMA), Michael Steinfurth; pela Coordenadora do Centro da Rede Operacional de Gerenciamento (NMOC, do inglês Network Manager Operations Centre)no assunto de Intercâmbio de Dados de Navegação Aérea, Ioana Angelica Coliban; e por membros da Unidade de Revisão de Performance, Antonio Ferro e Sara Meson-Mancha.

Para o Coronel Camilo, Gerente do Programa DECEA-EUROCONTROL, a missão possibilitou detalhar a execução do projeto destinado a aprimorar o planejamento de mão de obra aplicada ao gerenciamento do espaço aéreo e explorar os demais objetivos do acordo, conforme previsto na ICA 63-39 de 2017, que trata do gerenciamento do Programa DECEA-EUROCONTROL.

Os próximos passos para a implantação do Programa no Brasil já estão definidos. “Inicialmente haverá o treinamento da equipe na operação do software TIMEZONE, desenvolvido pela EUROCONTROL como uma ferramenta de auxílio à melhor alocação de controladores. Em seguida, está prevista uma visita de representantes do Maastricht ATM Knowledge Centre (MAKC), da EUROCONTROL, ao CINDACTA II para uma pesquisa de campo”, explicou o Coronel Camilo.

 

Para saber mais sobre o Programa DECEA-EUROCONTROL, clique aqui.

 

Seção de Comunicação Social da CISCEA
1º Tenente Relações Públicas Camille Barroso
Fonte e fotos:
Major Aviador Deoclides Fernandes Barbosa Vieira (EBL-SNAER)
1º Tenente Especialista em Controle de Tráfego Aéreo Joaquim Tavares Lobo Junior(DO/CGNA)

 


Gestão de Riscos é tema de treinamento realizado na CISCEA
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Publicado em 08/06/2018 15:12:00
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A Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA) realizou, no período de 28 a 30 de maio, um treinamento para conscientização da Mentalidade de Riscos na Gestão Empresarial.

O treinamento, ministrado pela Sra. Ana Paula Xavier de Brito, da Empresa SGS Academy, ocorreu no Auditório Paulo Victor e foi direcionado aos Gerentes de Projetos, Auditores da Qualidade e convidados das Divisões da CISCEA, com o objetivo de a atender às orientações do Comando da Aeronáutica e da atualização do processo de Gestão da Qualidade na norma ISO 9001:2015.

Ana Paula apresentou os princípios da gestão de risco, as influências e fatores internos e externos, a definição dos critérios de risco e as metodologias utilizadas para a identificação, análise e avaliação dos mesmos. “O maior risco que uma organização pode correr é não saber quais são os seus riscos”, enfatizou.

Em seguida, a palestrante introduziu o conceito mentalidade de riscos, explicando que o pensamento baseado em risco é essencial para se obter um sistema de gestão da qualidade eficaz. “Todos na organização são responsáveis por gerenciar riscos, por isso a integração da gestão de riscos à cultura da organização é essencial”, disse ela.

O conceito de mentalidade de risco realiza ações preventivas para eliminar causas de potenciais não conformidades, analisa quaisquer não conformidades que ocorram e toma ações para prevenir a recorrência das mesmas.

Um desvio positivo em relação ao resultado planejado proveniente de um risco pode oferecer uma oportunidade, mas nem todos os efeitos positivos do risco resultam em oportunidades. “Risco é o efeito da incerteza, num resultado esperado, e qualquer incerteza pode ter efeitos positivos ou negativos”.

  

Ana Paula propôs diversos exercícios internos com abordagens reais e orientou os participantes para ações para abordassem os riscos e as oportunidades de forma a entender a Organização e seu contexto.

Para Paulo Carvalho, Chefe Assessoria de Gestão da Qualidade (AGQL), o ponto mais importante foram os exercícios em grupo com temas internos da organização e os exemplos práticos apresentados pela palestrante. “O treinamento superou as expectativas, pois atendeu às necessidades da organização e envolveu diretamente os participantes nos problemas internos“.

 

Seção de Comunicação Social da CISCEA
1º Tenente Relações Públicas Camille Barroso
Fotos: Fábio Macial (ASCOM/DECEA)


CISCEA promove ciclo de palestras pelo Dia Mundial do Meio Ambiente
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Publicado em 08/06/2018 13:43:00
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No dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, a Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), em parceria com o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) promoveu um ciclo de palestras com temáticas ambientais.

O evento ocorreu durante todo o dia, no auditório do Instituto de Cartografia Aeronáutica (ICA), e contou com a presença de civis e militares de diversas Organizações da Força Aérea Brasileira (FAB) do Rio de Janeiro.

Na abertura do evento, o Presidente da CISCEA, Major-Brigadeiro Engenheiro Fernando Cesar Pereira Santos, agradeceu a presença de todos e contou que a CISCEA está motivada nessa área desde o projeto SIVAM, na década de 90. “Quem viveu o projeto SIVAM sabe que foi um enorme passo no Brasil, o impacto que trouxe para o nosso território e o que representa até hoje em termos ambientais”, explicou.

O Oficial-General explicou que a CISCEA atua a nível nacional em lugares longínquos, e todas as atividades estão voltadas para a questão ambiental. “Hoje temos uma grande obra em Porto Velho (RO) com viés ambiental, além do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR), em Lagoa Santa (MG), um grande projeto que está na fase final e teve um peso ambiental enorme, com a parte compensatória de áreas reflorestadas. Seguimos as orientações da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO, do inglês International Civil Aviation Organization) e da Navegação Baseada em Performance (PBN, do inglês Performance Based Navigation). Temos que dar atenção a esse assunto cada vez mais, cada um fazendo a sua parte”, finalizou o Presidente da CISCEA.

O Engenheiro Florestal, Doutor em Manejo Florestal Sustentável e Professor Eder Zanetti foi o primeiro palestrante e abordou o tema GMBM (Medida Baseada em Mercado Global, do inglês Global Market-Based Measure) e CORSIA (Esquema de Compensação e Redução de Carbono para a Aviação Internacional, do inglês Carbon Offsetting and Reduction Scheme for International Aviation), que fazem parte da cesta de medidas adotadas pela Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO, do inglês International Civil Aviation Organization) para ajudar na gestão dos impactos climáticos da aviação civil internacional.

Zanetti explicou que, como órgão integrante das Nações Unidas (ONU), a ICAO tem a obrigação de agir para mitigar o aquecimento global e cumprir com o Acordo de Paris, compromisso internacional firmado entre 195 países em 2015 com o objetivo de minimizar as consequências do aquecimento global, já que a aviação civil nacional e internacional responde por aproximadamente 2% das emissões globais de CO2 produzidas pela atividade humana.

“A missão é defender a qualidade ambiental brasileira, que é renomada, mas não é valorizada. 98% do que é produzido no mundo não tem preocupação ambiental, e a palavra-chave é integração”, enfatizou Zanetti, que lembrou a previsão feita em 1828 de que a Terra teria um aumento de temperatura de aproximadamente 5,8ºC. “Estamos contribuindo com a atividade de modificar a composição atmosférica”.

O professor explicou que, no setor aéreo, onze mil toneladas de CO2 já foram neutralizados pelas companhias aéreas, em 60 projetos que reduzem a emissão do gás. Essas reduções geram créditos de carbono que podem ser negociados no mercado internacional, de acordo com o Protocolo de Kyoto - um tratado internacional de 1997 com compromissos mais rígidos para a redução da emissão dos gases que agravam o efeito estufa.

Zanetti finalizou sua palestra incentivando o DECEA a fazer uma divulgação nacional e formar um grupo de trabalho para fornecer à ICAO dados sobre a aviação que possam levar à maior redução das emissões de gases.

O segundo palestrante, Marcelo Wiecheteck, Engenheiro Florestal, Mestre em Engenharia Florestal e Doutor em Economia Florestal, falou sobre as contribuições do Ministério da Defesa ao meio ambiente, através da defesa do território, do patrimônio e da soberania nacionais, incluindo o desenvolvimento nacional pela proteção e a preservação ambiental,

A Constituição Federal de 1988 prevê que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, e cabe ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo. Em 2002, um Decreto Federal estabeleceu a atuação das Forças Armadas e da Polícia Federal nas Unidades de Conservação (UC), incluindo, entre as destinações das Forças, a defesa, preservação e recuperação do meio ambiente. No ano passado, em 2017, o Ministério da Defesa (MD) lançou o “Livro Verde da Defesa” com medidas de proteção, preservação, sustentabilidade e recuperação, e sobre as operações em apoio ao meio ambiente das quais o MD participa.

Wiecheteck listou a atuação do MD nos diversos eixos da agenda pública ambiental prevista no Livro Verde, como apoio às políticas públicas e fiscalização, criação de procedimentos internos, redução de desperdício, uso de energia solar, engenharia e arquitetura sustentáveis, coleta seletiva de lixo, programas de reciclagem e reaproveitamento de resíduos e programas de sensibilização e capacitação dos servidores.

O Doutor exemplificou ações pontuais realizadas e destacou as iniciativas já existentes no MD em apoio ao meio ambiente, como o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON), o Centro Gestor Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM) que gerencia o Sistema de Proteção/Vigilância da Amazônia (SIPAM/SIVAM), o Projeto Amazônia SAR, o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz), o Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), o Programa SIRIUS da FAB que atua, a partir de Navegação Baseada em Performance (PBN, do inglês Performance Based Navigation), na redução de emissão de gases poluentes, os programas de plantio de árvores e recuperação de áreas, além do Programa Calha Norte criado em 19875 pelo Governo Federal, que desde 1999 está sob a coordenação do MD.

Estudos de caso de outros países foram apresentados, além das oportunidades existes ao MD relacionadas ao meio ambiente, como o Produto Interno Verde (PIV), de acordo com a Lei Federal 13.493 de 2018, que é calculado de acordo com o Produto Interno Bruto (PIB) + o patrimônio ecológico natural, uma forma de contabilizar as riquezas ambientais do Brasil.

Por fim, Wiecheteck apresentou o conceito de Valor Econômico Total (VET) e métodos de valoração ambiental, que atribui um valor monetário à natureza, já que os sistemas naturais produzem bens e serviços que contribuem para o bem-estar social e econômico.

O Engenheiro Mecânico e consultor na área de energia e sustentabilidade, Paulo Roberto Decaro trouxe em sua palestra a energia solar fotovoltaica, uma fonte de energia natural, limpa e renovável.

Paulo mostrou a história do efeito fotovoltaico, o surgimento de uma tensão elétrica em um material semicondutor, quando este está exposto a luz visível, observado pela primeira vez em 1839 pelo físico francês Alexandre Edmond Becquerel e confirmado mais tarde por Heinrich Hertz, em 1887, e por Albert Einstein, em 1922.

O Engenheiro explicou que as usinas solares fotovoltaicas são equipamentos destinados a receber energia luminosa e transformar em energia elétrica compatível e adequada ao uso do consumidor final. São equipamentos bem simples, constituídas dos módulos fotovoltaicos e inversores, cabos de ligação, painéis de conexão e estruturas de fixação.

Com o crescente interesse dos brasileiros em gerar sua própria energia renovável (solar, eólica, biomassa e hidráulica), em 2012 a ANEEL estabeleceu as primeiras regras para micro e mini geração distribuída, que foram adaptadas em 2015 para alteração das faixas de enquadramento das plantas de geração e para a redução da burocracia para o registro das mesmas.

Paulo Decaro apresentou a evolução da energia solar no Brasil, segundo dados da ANEEL: o total Instalado no 1° trimestre de 2018 é 4 vezes maior que o total instalado no 1° trimestre de 2017. Poucos setores no Brasil cresceram de forma tão robusta nos últimos 4 anos, e o setor destacou-se em comparação com a economia nacional, crescendo a taxas de mais de 100% por ano desde 2013. “O crescimento é impulsionado por diferentes fatores, entre eles a redução de mais de 75% no preço da energia solar fotovoltaica na última década e o constante aumento nas tarifas de energia elétrica”, finalizou.

Complementando esta palestra, o Engenheiro e Mestre em tecnologia de naves espaciais e comunicações via satélite e consultor técnico comercial da empresa de energia solar SICES SOLAR, Christian R. Bittencourt trouxe diversos painéis e módulos de captação de energia solar, de voltagens, tamanhos e finalidades diferentes, que foram passando nas mãos dos participantes na plateia enquanto ele explicava a finalidade e especificidade de cada uma.

A última palestra do evento ficou a cargo do Médico e Professor Newton Richa, que abordou os impactos da poluição na saúde. Ele informou que mais de 140.000 produtos químicos foram sintetizados desde 1950. Desses, 5.000 produzidos em maior quantidade foram amplamente dispersos no ambiente e são responsáveis ​​pela exposição humana quase universal, e menos da metade desse número foi submetida a testes de toxicidade crônica.

Newton explicou que a exposição humana a altas concentrações desses produtos químicos pode ter efeitos imediatos, como queimadura e asfixia, ou tardios, como o desenvolvimento de doenças crônicas, mostrando a integração do corpo humano ao ambiente e a vulnerabilidade do organismo aos agentes químicos dispersos no ar. A poluição química é a maior causa ambiental de doença e morte prematura no mundo atualmente e quase 92% das mortes relacionadas à poluição ocorrem em países de baixa e média renda.

O médico apresentou o conceito e o histórico das ações globais em segurança química, um conceito referente à proteção das pessoas e do meio ambiente, em todo o ciclo de vida dos produtos químicos, que atualmente abrange a concepção, projeto, desenvolvimento, produção, transporte, armazenamento, utilização e descarte de resíduos.

Finalizando, o médico propôs a criação de um grupo de trabalho de educação em segurança química na FAB, com vistas às metas de sustentabilidade.

 

Seção de Comunicação Social da CISCEA
1º Tenente Relações Públicas Camille Barroso
Fotos: Fábio Maciel (ASCOM/DECEA)